Segundo os dados do Eurostat (Estatísticas Europeias) Portugal está, quanto ao risco de pobreza, praticamente alinhado pela média europeia, o que signifiaria que estamos a melhorar. A realidade é um pouco mais complexa. Se a nível dos idosos se tem feito, com períodos menos felizes, desde há uma vintena de anos um esforço que mudou de facto a vida a muita gente com os complementos sociais, — ainda há muito por fazer.
Há que ter em conta que a pobreza se distribui e multiplica actualmente por outras camadas da população, nomeadamente pelas famílias jovens e jovens desempregados e empregados com baixos salários. Há cerca de 20% de pessoaas que vivem com o salário mínimo nacional e o salário médio é um dos mais baixos da Europa. Sendo Portugal um país economicamente desenvolvido, esta situação é inaceitável.
Quer a velha ideia que se fale de pobreza apenas quanto às baixísssimas ou inexistentes condições económicas das pessoas que se encontram nessa situção social, mas há que mudar mentalidades. Temos de pensar que a pobreza também está na desigualdade e na exclusão social, isto é, na falta de oportunidades para que as pessoas se sociabilizem, exerçam as suas capacidades, contribuam em sociedade para o desenvolvimento do país. A escola tem aqui também um papel, pois é essencial que deixe de haver quem fique para trás, evitando assim a criação de pobreza futura.
Graça Jacinto