As redes sociais não são fontes de informação
Sabemos todos há bastante tempo que o pico desta pandemia – covid-19 – ainda não chegou, que há que tomar medidas para evitar que ele seja muito mais alto do que o expectável, que muitos governos, entre os quais o nosso, parecem agir demasiado lentamente. Não temos todas as informações que gostaríamos de ter. É fácil atirarmos pedras. Mais difícil é pormos a razão a funcionar.
Levamos isto como se fosse uma brincadeira. Pomos nas redes sociais tudo o que nos aparece, sem critério algum, porque vem de amigos, de amigos de amigos e por aí fora, contribuindo assim para a desinformação, as notícias falsas, o pânico e para o piorar da situação.
Temos comportamentos irracionais, irresponsáveis e fazêmo-lo muitas vezes com a melhor das intenções. Aplica-se aqui como uma luva o provérbio que diz que de boas intenções está o inferno cheio.
Andamos a cantar em grupo o hino nacional, vamos para as praias e para os cafés, para centros comerciais e outros espaços fechados, estamos nas bichas de atendimento quanto mais perto melhor da pessoa que está à nossa frente, todos bem juntinhos sem sequer respeitarmos a distância social recomendada, sem respeitarmos as indicações dos responsáveis da sáude pública (mas batemos palmas a esses mesmos).
Damos ouvidos a tudo e a todos, espalhamos notícias falsas, por exemplo de que Cristiano Ronaldo decidiu transformar os seus hotéis em hospitais, mas não notícias verdadeiras, por exemplo de que o mesmo Cristiano Ronaldo apelou para que todos seguissem as indicações da Organização Mundial da Saúde.
Gostemos ou não, são apenas as autoridades competentes que devemos seguir. As paranóias conspiratórias são um mau serviço, a desinformação é um mau serviço, cada um dizendo o que lhe apetece é um mau serviço, e o mau serviço pode vir de qualquer lado, até de médicos.
Podem os governos, entre os quais o nosso, estar lentos na tomada de decisões ou na públicação de informação de que estamos ávidos, mas temos de cumprir as indicações de quem sabe.
E quem sabe? A Oganização Mundial da Saúde (OMS), uma organização idónea, talvez a mais idónea de todas as organizações internacionais, e que tem uma página na internet em inglês, em francês, em russo e em espanhol, é só clicar aqui. A Direcção Geral da Saúde, que tem uma página na internet, é só clicar aqui.
A partir de hoje o Portas do Marão somente apresentará informações vindas da OMS, da DGS ou de autoridades nacionais competentes. Entretanto, fiquemos em casa tanto quanto possível e cumpramos as regras de higiene adequadas.
A redacção